sábado, 26 de janeiro de 2013

Sobre A Vida E A Teologia Moderna

Pode-se dizer que eu estou convencido de que a vida humana é escrava da ausência de sentido. Mas isso não quer dizer que eu não esteja sujeito a estímulos. Eles, entretanto, não são mais do que isso. Não há estimulo que tenha em vista algum fim mais nobre, todos são angustiantemente iguais. Se um homem oferece uma bala em troca de uma mansão, provavelmente os interpretaremos como explorador e explorado. Entretanto, a bala e a mansão podem não possuir para eles o mesmo valor que possuiriam para nós. Talvez o homem ludibriado seja o que ofereceu a bala em troca da casa repleta de cômodos. Todas as pessoas fazem aquilo que lhes parece melhor fazer. Na verdade, elas só possuem ideias diferentes do que seria este melhor. Apenas na ausência de uma boa argumentação que elas se perdem. E perdem-se porque Deus se recusou a argumentar, ou não foi capaz de fazer isso. Todos possuem boas intenções. Dizem que o inferno está repleto de pessoas assim, mas em alguns casos uma boa conversa certamente daria asas a quem deseja nada mais do que o bem que se recusou a se revelar. O fato de eu ter feito coisas que eu não acho razoáveis hoje em dia não quer dizer que elas não tenham me parecido razoáveis em algum momento. É exatamente como pensavam os gregos, até Agostinho surgir com a ideia de sujeito acrático. O fiel servo de Alá só é um pagão porque pensa que Alá é o verdadeiro Deus e este se recusou a argumentar o necessário. Se não fosse isso, ele poderia ser o mais fervoroso dos cristãos. Parece-me ser este um argumento razoável contra o teísmo exclusivista e da punição. Tudo bem, estou blefando. Realmente parece absurdo que todos desejam o "bem". Eu reconheço isso, entretanto, é inegável que muitos possuem boas intenções.

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