sábado, 19 de janeiro de 2013

Martin Heidegger E Meus Amigos Ortodoxos

Meus amigos ortodoxos costumam dizer que Deus transcende o ser. Como Martin Heidegger propôs em sua filosofia, ser é existência. Consiste em "estar no mundo" (Das in-der-Welt-Sein ou Dasein), é temporalidade. Essa abordagem representa uma mudança total em relação à ideia metafísica clássica de "essência". Ser é estar. O que eles querem, entretanto, dizer com a alegação de que Deus transcende ao tempo? Se Deus é atemporal, Ele não pode intervir no mundo sensível. Deus não pode ser eterno, pois teria que se "temporizar" para poder fazer tudo aquilo que o cristianismo alega que Ele faz. Talvez a única saída seria a "temporização" acidental, ou seja, a vontade divina, ou qualquer outra coisa, não poderia ser a causa dela. Assim, como possivelmente se deu o surgimento fortuito do universo, se daria a temporização de Deus. De qualquer forma, Ele não transcenderia o tempo, nem seria imutável. Não estou ainda totalmente convencido de que isso seja possível. De qualquer maneira, eles podem alegar que a realidade não se limita aos pressupostos de nossa percepção, como é o caso da relação causa-efeito.

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