Um homem estava andando pela rua e, de repente, encontrou um outro homem alimentando os seus gatos. Todos os dias podia vê-lo fazer isso. Ficou ali os observando por alguns minutos. Curioso, não pôde conter-se. Logo perguntou:
- Querido, me desculpe a intromissão. Por que você alimenta estes gatos?
- Eu os alimento porque os amo.
- E se você não os alimentasse?
- Eles morreriam de fome.
- Que legal! Então se você alimentá-los, eles nunca morrerão?
- Morrem. Tudo morre um dia, oras!
O homem que recebeu esta resposta fez uma cara de quem não estava entendendo nada do que foi dito. Apesar de todo o seu labor intelectual, realmente não esperava por ela. Ficou alguns minutos em silêncio e logo emendou outra pergunta:
- Se eles vão morrer um dia, por que então alimentá-los para que eles não morram?
- Eu não sei. Todo mundo faz isso.
O homem que alimentava os gatos abaixou a cabeça tentando esconder o seu constrangimento. Procurando por alguma resposta mais satisfatória para a pergunta do novo amigo, disse:
- Bem, minha mãe me disse que quando os gatos morrem, eles vão para o paraíso dos gatos.
- Mas será que lá é um bom lugar? Aqui, pelo menos, eles tem alguém que pode alimentá-los. Todos os gatos tem quem os alimente, certo?
- Então, não são todos os gatos que possuem alguém que os alimente, mas isso não possui muita importância.
- Como não possui muita importância?! Eles podem viver a eternidade lembrando da fome que sofreram aqui, não acha?
- Não. O lugar para onde os gatos vão é tão maravilhoso que todas as mazelas que eles podem sofrer neste mundo não possuem nenhuma expressão. A fome, a sede, as feridas, o frio, etc. Estas coisas não significam nada!
O primeiro homem ficou em silêncio novamente, franziu a testa, dando a entender que ainda não estava compreendendo alguma coisa sobre a rotina "exótica" do amigo, e respondeu:
- Acho que a sua mãe está errada.
- Errada? Por quê?
- Se a fome deste mundo não significa nada, por que então você os alimenta?
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