quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Alguns Problemas Soteriológicos, Cristológicos e Escatológicos


Jesus era um homem confuso, se Ele era um Deus confuso também é algo que nunca poderemos saber.

1. Bem, Jesus falava por parábolas, ao contrário do que a maioria pensa, não para tornar a Sua mensagem mais clara, mas sim para torná-la mais difícil de se entender. Segundo Ele, somente entenderiam aqueles que Seu Pai fizesse entender e quisesse salvar. Jesus, pode-se dizer, colocou o pé na frente do Reino do céu para que algumas pessoas, que poderiam se converter, não entrassem nele. Isso não é calvinismo. Segundo o calvinismo, as pessoas não seriam capazes de se converter sem a Graça irresistível. Jesus vai ao mesmo tempo contra o arminianismo e o calvinismo. Isto está claro nos versículos abaixo:

"E, quando se achou só, os que estavam junto dele com os doze interrogaram-no acerca da parábola. E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados. (Marcos 4:10-12)

Jesus se contradisse, entretanto, pouco antes de Sua morte, quando diz acerca dos soldados romanos: "E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (Lucas 23:34) Os primeiros são condenados porque não sabem, mesmo Deus sendo o responsável pela ignorância, enquanto estes não são condenados pela ignorância porque ela deixa o "pecador" com certa imunidade. O princípio pão, pão, queijo, queijo foi ignorado por Jesus. Há medidas, portanto, que claramente se confrontam aqui.

2. Embora, Jesus uma vez tenha dito que Deus conhece todas as nossas necessidades, antes até de pedirmos qualquer coisa, no evento mencionado acima Ele tenta fazer o Seu Pai observar algo que Ele não viu e que poderia inocentar os soldados que o ridicularizavam.

3. Jesus, em certo momento, alega que devemos amar os nossos inimigos, mas falou muito mais sobre o "inferno" do que sobre o paraíso. Este castigo, entretanto, não serve para corrigir o homem "pecador", mas simplesmente para atormentá-lo, já que Deus não mais o perdoaria, mesmo havendo um sincero arrependimento. Isso já seria uma vingança, já que não há nenhum interesse sério em fazer o bem ao que é punido.

4. Jesus só tinha espaço no Reino de Deus para quem acreditava n'Ele. Ele não demonstrou interesse nos motivos que as pessoas poderiam possuir para não acreditarem n'Ele. Em certos momentos não se esforçou para isso e em outros até tornou isso improvável ou impossível.

Jesus, como já mencionei, falou através de parábolas para que alguns se perdessem. Como eu disse também, o texto, apesar disso, nega a concepção de Graça Irresistível, do calvinismo.

"Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo: Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti." (Mateus 11:20-24)

Pelo que o texto acima dá a entender, dentro de seu devido contexto, é que Ele não se "esforçou o suficiente" para salvar Tiro, Sidom e Sodoma, mesmo sabendo que se converteriam ao ver mais milagres. Ele ainda pensa que o fato de que as cidades sofrerão uma punição "mais branda" faria o Julgamento Final mais justo.

5. Jesus pregou sobre uma "Volta breve" que não aconteceu. Muitos cristãos continuam achando que ela deverá ocorrer e que será breve. Alguém pode dizer que a brevidade consiste em um dia ser como mil anos para Deus e mil anos serem como um dia, mas Jesus e seus seguidores, inicialmente, não disseram que pareceria breve para Deus, mas sim para a humanidade.

6. A escatologia de Jesus apresenta uma perspectiva estranha em que Deus deixa todo tipo de absurdo ocorrer para concertar apenas em um Juízo Final.

7. Jesus demonstrou certo preconceito para com os não-judeus quando, por exemplo, comparou os judeus a filhos e os demais a cachorrinhos.

Uma teologia cristocêntrica é uma ilusão.

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