sábado, 27 de outubro de 2012

O Amigo Das Armas

Eu quero morrer, mas sem machucar ninguém
Antes de acidentalmente colocar alguém neste mundo porco também
Se eu for mais cedo, não pense que algo não tenha dado certo
No fim das contas, eu já terei terminado

Não me pergunte se eu consegui cumprir a missão que não sei qual é
Pode ser que eu a tenha cumprido sem querer em algum momento qualquer
Se, por outro lado, não parecer que eu a tenha cumprido até a minha hora
Você pode supor que a tal missão talvez seja muito idiota

Não quero continuar com este circo
Onde o palhaço não causa nenhum sorriso bonito
Chamem o caminhão de lixo pra me levar

Não quero lembrar do teu rosto
Ele me faz lembrar do meu rosto triste
Isso causa em mim um grande desgosto

Se queriam uma ideologia para viver
Eu não quero ouvir nenhum sermão na hora de morrer
É mais fácil suportar a dor de cortar os meus pulsos do que sentir o meu coração a doer

Quem é que irá me prender depois que eu me matar?
Quem é que verá sentido em me algemar?
Matar-se não é absurdo
Absurda é a vida e a saudade de quem se foi
No além as leis humanas tem o mesmo valor que as de um inseto, de um verme, de um boi

Não venham discutir se se matar é covardia ou se viver é burrice
Eu já estou cansado destas chatices
Mortos não se matam
Já nascem mortos, diabo de vida

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