Se adota-se o pressuposto de que aqueles que seguiam a Lei, mas rejeitaram Jesus não serão salvos e que Deus não permitiu que eles soubessem que ele era o Cristo para não se salvarem, inclusive enganou outros para que não percebessem que rejeitar o próximo é rejeitar a Jesus, eu tenho que reconhecer a possibilidade de não ter a minha salvação garantida por simplesmente "crer em Jesus" ou por morrer "crendo nele". Se Deus costuma confundir propositalmente os nossos sentidos desta maneira, eu também posso estar sendo enganado sem saber. Ele pode falar através de algum louco na rua que eu devo comer fezes e se eu não fizer isso, estarei a desobedecê-lo, apesar de não saber disso, de acreditar que Jesus é Deus e de ir diariamente pregar na igreja. No fim das contas, acreditar em Jesus e fazer várias coisas que sejam a sua vontade não quer dizer que eu não esteja sendo rebelde ao não fazer algo que ele propositalmente pediu, sem se revelar, para me enganar e fazer com que eu perca a minha salvação. Não seria preciso sair da igreja para perder a salvação, bastaria não atender o pedido do suposto louco inspirado por Deus. Faltava-lhes ler Kierkegaard.
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