sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre O Niilismo, A Eternidade E Milagres

Eu não acredito que uma vida transitória seja inferior à vida eterna, nem o contrário. Nenhuma possui mais ou menos importância. Há uma falácia teísta muito popular dizendo que a finitude tira o valor da existência. Isso é obviamente um non sequitur. "A vida é finita, logo ela não tem sentido" tem tanto valor quanto "se não existir futebol, a vida não tem sentido". Se, segundo o cristão, fazer algo que gosta de fazer não dá sentido a uma vida, fazer algo que não gosta de fazer também não tira o sentido dela. Na verdade, pode-se dizer que, em algum aspecto, sentido não tem nada a ver com gostar ou não gostar. O fato de meu animal não puder, assim como eu, viver na eternidade não quer dizer que ele não signifique nada. As lembranças podem significar mais do que muitas novidades. Meu querido aniquilacionista, Deus não ama igualmente os salvos e os aniquilados? O niilismo é indiferente à finitude e à eternidade. Ele assombra tanto os deuses quanto os homens. É tolice dizer que ninguém seja capaz de se contentar com a finitude, que o homem que assim pense esteja fadado à infelicidade. A vida possui muitas coisas que demoramos aceitar. Muitas vezes é só uma questão de tempo. O homem possui uma grande capacidade de se adaptar a uma nova realidade.

Ainda que nós fizéssemos orações e Deus as respondesse com maior frequência, não haveria como garantir que as respostas não seriam simplesmente resultado dos esforços do universo em tentar se acomodar às nossas necessidades.

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