segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Krausismo, Eternidade E União Apostática

Acabei de ler um texto de um apologista criticando o krausismo, doutrina também conhecida como panenteísmo. O engraçado é que grande parte das críticas que ele levantou ao krausismo também poderiam ser feitas para a união apostática. Como diz Leonardo Boff, "uma visão cosmológica radical e coerente afirma que o sujeito último de tudo o que ocorre é o próprio universo. É ele que faz emergir os seres, as complexidades, a biodiversidade, a consciência e os conteúdos desta consciência pois somos parte dele."

Esta relação entre Deus e o universo não pode ser fruto da vontade divina, na verdade nenhum evento pode ser fruto da vontade de Deus. Como as causas são temporais e antecedem temporamente o efeito, não faz sentido dizer que algo no universo seja resultado da vontade de um Deus atemporal. Caso Deus exista, Ele não pode intervir em nosso mundo, pois precisaria ser temporal para causar qualquer evento nele. Sendo assim, Deus não pode nos ressuscitar após a morte. Não faz sentido falar sobre a ressurreição dos maus e dos bons no fim dos tempos. A escatologia de Jesus possui também esta fragilidade. A única forma de termos a eternidade seria havendo tais recursos na natureza, não criada por Deus, o Seu corpo. Sabemos que não possuímos corpos imortais, tudo o que nos resta é a esperança nas supostas almas imortais, embora a existência delas pareça implausível.

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