quarta-feira, 25 de abril de 2012

Milagres e Religiões

A ideia de milagre está tão impregnada nas religiões que dificilmente uma pessoa, seja ela religiosa ou não, se vê incapaz de conceber uma religião sem ele. É mais um fenômeno psicológico. O indivíduo fica traumatizado com o fato de que os milagres não fazem parte de seu cotidiano e sem qualquer critério maior simplesmente descarta a existência de Deus. O milagre é apenas um meio através do qual Deus pode agir no mundo. Não vejo necessidade em valorizar mais esta forma de agir ou pensar que ela deva ocorrer mais de uma ou duas vezes na história. É simplório da parte de alguém dizer que não acredita na existência de Deus se não for curada de um câncer ou  se seu bisavô não for ressuscitado. Vários fatores, inclusive a provisão ordinária, podem substituir a provisão extraordinária adotada por muitos religiosos dos dias de hoje. Não quero dizer que milagres não sejam necessários, apenas que muitas vezes somos incapazes de entender qual é a verdadeira aplicação deles e que costumamos sujeitá-los aos nossos interesses. A existência de milagres pode ser, uma vez que é possível identificá-lo, uma prova da existência do sobrenatural, mas a inexistência ou precariedade deles não prova o contrário. Uma das lições mais difíceis da vida é aprender a viver sem milagres. Isto não quer dizer que eles não existem, mas que nem sempre poderemos contar com eles.

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