domingo, 29 de abril de 2012

Análise de Mateus 5 E De Outros Textos

Mateus 5. 21-26: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno. Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil."

Quem conhece o imortalismo condicional sabe que o termo "inferno", que aparece em Mateus 5. 22 não se refere a algum estado desagradável no pós-morte. Se refere à eternidade, a um momento posterior ao Juízo Final. O termo grego em questão é Geena e não tem nada a ver com o inferno que as pessoas costumam conceber hoje em dia. Está ligado ao corpo todo e não à uma alma imaterial. É interessante notar que a pregação de Jesus está mais de acordo com a doutrina da imortalidade condicional do que com a do tormento eterno, pois Ele diz "Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil." Esta afirmação é clara ao dizer que a punição não será eterna neste sentido.

 Jesus discursou sobre o Hades tendo em mente um estado de extinção, mesmo que temporária, do ser: Mateus 16:18 é um exemplo. Quando Jesus diz "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." está querendo dizer que a Sua Igreja não está fadada ao túmulo e que há de ressuscitar e gozar a benção divina, a eternidade. Ou seja, é uma mensagem sobre imortalidade condicional, pois não faria sentido dizer isso uma vez que todos, os salvos e os perdidos, irão viver eternamente. A expressão "fogo do inferno" então, dentro do respectivo contexto de Mateus 5, ou seja, tendo em mente a eternidade dos salvos apenas, faz alusão à destruição causada pela morte e não a um fogo literal. "Fogo do Geena", "fogo eterno", e demais expressões, não passam de uma linguagem metafórica utilizada para representar a morte eterna e o terror da inexistência.

Outro ponto interessante: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. Mateus 10:28. Neste texto é dito que a "alma", ou seja, a vida pode perecer e que o critério para tal cabe unicamente a Deus. Entre outras palavras, Jesus quer dizer que devemos temer a Deus, o único que pode impedir-nos de receber a imortalidade. Mesmo que aqueles avessos à mensagem cristã matassem os corpos dos discípulos, Deus lhes restauraria a vida através da ressurreição. Este texto já não possui o termo Hades, mas sim Geena, como no primeiro exemplo, geralmente utilizado para se referir a uma punição pós-Juízo Final. O interessante, entretanto, é que este texto não fala sobre fogo eterno. Pelo contrário, defende a imortalidade apenas dos que serão salvos.

Lucas 12. 47- 48 também prega contra a doutrina do tormento eterno: "E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá." Jesus não fala sobre "diferentes formas de açoites", mas sim sobre "mais e menos de açoites". Devemos interpretar também que "açoitar" é simplesmente uma linguagem simbólica, mas de qualquer modo a interpretação eternalista caba sendo logo descartada.

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