segunda-feira, 18 de março de 2013

Criacionismo E Crer Para Entender

Mesmo se o mundo tivesse sido "criado" em seis dias e há 6 mil anos, isso não significaria que Deus existe e é o Criador do universo. O universo não é fruto da vontade de Deus, nem de qualquer outra vontade, pois não pode haver causa para ele.

Muitos pensadores, influenciados por Paulo, Agostinho e Anselmo, adotam o princípio de que é necessário crer para entender, mas eu penso que não posso me sustentar na Revelação porque não tenho meios para saber se é uma Revelação e o que ela seria. Tudo ainda se limitaria a pressupostos e não faz sentido justificar um pressuposto adotando outro pressuposto que não é mais eficiente. A inveracidade de certas doutrinas é uma de suas qualidades. Sendo assim, crer em uma doutrina que é possivelmente falsa pode ser a pior forma de realmente compreendê-la, no sentido de adotá-la como uma verdade absoluta.

Paulo, como Niezsche observa bem, diz que os cristãos são os seres mais miseráveis do mundo se Jesus de fato não ressuscitou. Neste caso, para o apóstolo, o mais coerente seria comer e beber até o dia de sua morte. Nietzsche concorda com Paulo, a diferença é que Nietzche era ateu.

Me chamaram de arrogante por dizer que a voz do outro não significa nada e eu os chamei de arrogantes por reduzirem o mundo às vozes que podem ouvir.

Deus, que tanto condena o cobiçar, cobiça as almas que o diabo carrega sob os braços, cobiça o meu desejo, cobiça que eu use o meu livre-arbítrio para fazer a sua vontade.

Por que eu deveria ter medo de um fantasma? Por que ele é feio, apaga lâmpadas, arrasta correntes ou aparece em fotos? Eu tenho medo de vivos, de cachorros raivosos. Fantasmas só matam de susto. Se não nos assustarmos, eles se tornam indefesos.

Eu não pedi para nascer, mas não tinha direitos antes de existir.

Não coloque a sua esperança na justiça, pois ela é uma utopia e não há nada que conspira a seu favor.

Suponho que a minha relação seria mais harmônica com Buda do que com Jesus. Jesus seria insuportável.

O Antigo Testamento alega que qualquer um que realizar milagres será um falso profeta caso as suas profecias não se cumpram. Jesus se enquadra nisso. Poderia ser considerado um falso profeta. Não preencheu todos os requisitos veterotestamentários para o Messias. Ele não fez o que pensava fazer antes do fim do primeiro século, também não poderia saber como deverá se dar a Sua volta a fim de que possamos diferenciá-la da vinda dos falsos profetas e do suposto anticristo. Se o Messias não veio como deveria vir, não voltará como deveria voltar. E assim surge a angústia cristã, pois o Verbo não vem como haviam anunciado, apenas para confundir os homens e testar seus corações.

Com no budismo, ao contrário do cristianismo, eu não luto contra o pecado, eu luto contra o sofrimento. Não posso conhecer a vontade divina, caso Deus exista, mas o sofrimento sei bem o que é e está a todo momento diante dos meus olhos.

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