terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Otimismo Paulino, O Problema Do Sofrimento E Suas Implicações

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Romanos 8:28

Segundo o apóstolo Paulo, não somente as coisas boas cooperam para o bem, mas as coisas ruins também cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Como eu li em um site cristão, "se caminharmos na história da existência humana, vamos observar que as coisas caóticas, ou seja, ruins, freqüentemente possibilitaram uma aprendizagem significativa para a humanidade e ao crescimento da consciência de quem é Deus e sua manifestação de amor."

Eu, entretanto, me vejo com grandes dificuldades em adotar a mesma perspectiva que o apóstolo dos gentios neste ponto. Acho que podemos concluir algumas coisas desta alegação do apóstolo Paulo:

1. Se todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, eles não poderão sofrer nenhuma forma de prejuízo, pois até mesmo o que parecer mal, será bom para eles;

2. Desejar fazer o mal não inocenta aquele que tenta trazer prejuízo ao que ama a Deus;

3. O único prejuízo real envolve o ato de não amar a Deus (eu não concordo com isso);

4. Se aqueles que amam a Deus não podem sofrer prejuízo e todos os "prejuízos" são apenas aparentes (1), pouco importa se os salvarmos ou não deles, desde que não haja o interesse de prejudicá-los.

Se eu, por exemplo, estiver andando pela rua e ver um cristão prestes a sofrer um acidente de carro, não terei nenhuma motivação para salvá-lo a não ser a influencia enganosa deste "aparente prejuízo" sobre o meu emocional. Qualquer coisa que acontecer será o melhor para ele. Eles se dará bem de qualquer jeito, seja morrendo, entrando em coma, perdendo os dois braços, amaçando o carro, etc. Acredito que até poderia ser acusado de homem de pouca fé ao tentar evitar que alguém sofra este "prejuízo" que é, na verdade, apenas um engano envolvendo minha limitada percepção sobre a realidade.

A única saída deste paradoxo, no meu ver, é supor que mesmo sendo capaz de trazer o bem de algum mal, Deus deseja e cobra do ser humano a participação em Seus projetos. Se, entretanto, a participação nos projetos divinos consiste apenas em evitar "prejuízos aparentes", impedir que uma criança pobre morra de fome teria o mesmo valor que impedir outra criança de levar um banho d'água em uma brincadeira com armas inofensivas que possuam água como munição. O ato de salvar um gato de cair de uma árvore passa a ter o mesmo valor do ato de salvar um idoso de cair da escada. O que diferencia os dois atos, entretanto, é a intenção de quem o faz, já que Deus, apesar de poder tirar coisas boas dos aparentes prejuízos, valoriza a interioridade. De qualquer forma, há uma forma de utopia neste princípio. A natureza humana nos impõe uma falsa realidade que serve mais como um meio de levar o homem a exercer determinadas funções e possuir objetivos em sua existência.

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” I Corintios 10:13

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