terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Empatia

"O Pagador de Promessas" apresenta uma caracterização perfeita do exclusivismo religioso e revela a sua clara fragilidade. O exclusivismo é absurdo e moralmente inaceitável.

A empatia consiste em colocar-se no lugar de outro. Este conceito baseia-se na contingência. Se a pessoa que é Deus, como pensa equivocadamente muitos religiosos, é  um "ser necessário", incapaz de ser outra coisa além de Deus, ela não pode imaginar-se em nosso lugar. Se, por outro lado, é possível que a sua pessoa não seja Deus em algum mundo possível, deveria ser mais tolerante e considerar a sua sorte, e não o mérito, de sê-lo neste mundo. Como sou humano por acidente e poderia ser um cachorro, a pessoa que é Deus poderia não ser Deus. Divina é a natureza do ser e não a pessoa em si.

Deus só exige-me aquilo que eu posso fazer. Sendo assim, há um mundo possível onde eu faço a sua vontade. Eu não deixaria de ser livre nem de ser eu mesmo se tivesse outra vontade. Deus poderia, portanto, fazer-me livre e puro ao optar por um dos tantos mundos possíveis.

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