sábado, 25 de janeiro de 2014

Rotina

Chego com a noite.
Abro a porta. Fecho.
Tiro os sapatos. A gravata. As meias. O paletó.
Jogo a mala em algum canto qualquer. Não me lembro bem onde.
Deito no chão gelado para refrescar a cabeça. Ainda na sala. Perto da porta.
Minha cabeça está quente ainda. Posso ouvir as batidas do meu coração. Sinto-me pior. Estar vivo é muita responsabilidade.
Estou suado. Não havia percebido isso até então. Um pouco de sal cai em meus olhos, mas eu não faço careta.
De repente, meu cachorro, como sempre é de costume, me surpreende neste momento, abanando o rabo e lambendo-me os lábios.

"Não lamba a minha boca, Ralf! Ela está contaminada por mentiras!"

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