domingo, 29 de dezembro de 2013

Críticas Morais, O Inefável E A Ideia de Deus

A maior parte dos religiosos possui o hábito de dizer que deus não está sujeito às nossas críticas morais e que as críticas morais ateístas, portanto, não possuem nenhuma relevância. Quando eu digo, por exemplo, sobre o absurdo de um deus homofóbico, de um pai que manda matar o seu próprio filho para salvar a humanidade de si mesmo ou que não está nenhum pouco interessado pela causa animal, estes religiosos, especialmente os adeptos de uma teologia apofática, aqueles que gostam de usar termos como “inefável” e “mistério”, dizem que isso está muito além da compreensão humana. Um dos problemas, entretanto, é que os religiosos fazem exatamente a mesma coisa quando se referem a outras religiões e a outras teologias. Quando um arminiano critica um calvinista, quando um católico critica um protestante, quando um conservador critica um liberal, quando alguém condena a teologia da prosperidade e as religiões pagãs, as pessoas estão fazendo críticas morais à ideia de deus de outros grupos. Dificilmente um religioso aceitaria a prática do estupro pela comunidade religiosa, mesmo que esta afirme fazer isso com a orientação divina. Qual crente concorda com o atentado ocorrido no dia 11 de setembro só porque ele foi feito em nome de Deus? A crítica moral é, portanto, válida quando se refere a uma pretensa divindade e pode ser feita tanto por religiosos quanto por ateus. É perfeitamente compreensível que eu não aprove um Deus que condene a homossexualidade, assim como é perfeitamente compreensível que elas não aprovem um Deus que goste de histeria pentecostal e que, concernente à sexo, só seja favorável à pedofilia.

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