sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Aborto, Veganismo E Natureza Humana

Creio que há a necessidade de se fazer uma distinção entre aquilo que é humano e aquilo que é um ser humano. Humano é aquilo que pertence à espécie homo sapiens, o próprio homo sapiens, aquilo que possui os genes do homo sapiens. Ser humano tem a ver com personalidade, pensamento, mente, intelecto humanos. Um embrião humano é humano? Claro que é humano! Entretanto, jamais pode-se dizer que um embrião humano tenha direito à vida simplesmente porque é humano, pois todas as células do nosso corpo são humanas e ninguém sente constrangimento ao cortar o cabelo ou fazer as unhas. Mortos não deixam de pertencer à espécie homo sapiens simplesmente porque são mortos, entretanto, não são seres e não sendo seres, não podem ser considerados seres humanos. Um humano a dormir, no coma ou a ter alucinações é um ser humano, pois a mente de um ser não precisa gozar de perfeito funcionamento.

O homem não é essencialmente (por natureza) vivo, racional, moral nem pessoal, pois morre e não deixa de ser homem ao morrer. Dizer que o homem é por natureza uma pessoa é o mesmo que dizer que ele é por natureza um moribundo. É bonitinho, mas é superficialismo. Estar vivo, fazer uso da razão, ter consciência moral e possuir personalidade são simplesmente condições vivenciadas pela maior parte dos homens em algumas fases de suas existências, mas que não compõem todo o homem. Este também pode estar morto, com a sua mente debilitada pela idade, por algum acidente, drogas ou doença, com o corpo em processo de putrefação e sem qualquer conexão neural em seu cérebro. Como diz Peter Singer, nem toda pessoa é humana e nem todo humano é uma pessoa.

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