Se eu fosse um cristão, eu me recusaria a ter uma soteriologia. Um Deus só precisará salvar a sua criação se, primeiramente, a colocar em risco. E isso eu acho inadmissível! Qualquer soteriologia que tenha por finalidade salvar o homem da ira de Deus é abominável, mesmo o universalismo.
- O que é um “valor
moral objetivo”?
- É um valor que é
verdadeiro mesmo que pensem que ele possa não existir.
- E é possível que ele
não exista?
- Sim.
- Então, se é possível
que ele não exista, como eu posso não estar certo quando digo que ele pode não
existir?
- Você pode estar certo.
- Então "valores morais objetivos", por definição, não existem!
A "moral objetiva" não pode estar na mente, seja humana ou divina, pois acaba sendo uma abstração, não pode estar no mundo, pois o mundo poderia não existir nem na natureza de Deus, pois este também é passível de não-existência. Se alguma valor objetivo existisse, ele seria absoluto em si mesmo. Não faz sentido falar sobre "moral objetiva". De qualquer forma, é mais interessante que tais coisas realmente não existam, pois acabamos por ser livres. Não corremos o risco de sermos escravizados pela vontade de algo maior que o homem.
O argumento ontológico pode ser entendido basicamente desta maneira:
- É possível que um ser necessário exista;
- Se é possível que um ser necessário exista, um ser necessário existe, pois ele não seria necessário se não existisse.
Bem, uma falha deste argumento está em ignorar que os sentidos que possuem as palavras “possível” e “necessário” são autoexcludentes. Possibilidade está relacionada à contingência e a necessidade na impossibilidade de não ser ou de ser. A existência de tal ser deve ser uma ou outra coisa, nunca as duas. Ou algo é necessário, como o fato de todo triângulo ter 3 lados e 2 mais 2 sempre ser igual a 4 ou é contingente, como a existência de árvores e do próprio mundo, pois estas são passíveis de não existência.
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