domingo, 16 de outubro de 2011

Sofrimento, Teodicéias e Salvação

"Eu não costumo criticar as pessoas por não saberem entender os planos de Deus para o sofrimento. Eu mesmo não os entendo. Seria muita canalhice minha exigir delas aquilo que eu mesmo não sei fazer. Deus lhes deu uma indagação que eu não posso responder. Uma indagação que não espero que Ele me responda tão cedo.

Não creio que um filho sincero possa ser condenado por não acreditar em um Pai amoroso quando isto parece ser algo bem óbvio ou uma idéia muito bem vendida. Esta é a coisa mais sensata a se pensar já que não existe nada mais humano do que se sentir sozinho e abandonado.

Talvez não seja displicência dos pais, mas seja apenas covardia dos filhos mesmo. Também não haveria nenhuma novidade em pensar que sou apenas mais um filho covarde...

Deus criou seres profundamente emocionais, frágeis e ignorantes... Não pode cobrar deles aquilo que não lhes deu. Mesmo que tudo seja bem racional, não podemos ignorar que o homem foi criado profundamente emocional. Eu não sou uma responsabilidade total de mim mesmo. Prefiro dizer que o ódio aqui também faz parte do plano de Deus.

Sou um cara calado, muito calado e meus gritos tem como única motivação o silêncio divino, pois eu olhei para o céu e vi Deus e Ele olhou para mim, mas eu não sorri porque Ele estava de braços cruzados. O que me fez temer era que Deus tinha planos para mim e eu não sabia quase nada sobre eles."

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