sexta-feira, 5 de julho de 2013

Dilemas


Meu maior dilema moral é "por que ser moral?" Por que me importar tanto? Raskolnikov me atormenta. Tenho me tornado um monstro! Não é possível servir a Deus por toda a eternidade porque o homem muda com o passar do tempo e seus valores também mudam. Certamente serei tido como um bárbaro amanhã. O homem mais nobre de hoje há de ser o mais imoral em alguns anos.

Não é verdade que no niilismo o universo é indiferente ao sofrimento humano. O universo é tudo aquilo que existe. O sofredor, que não deseja sofrer, e aqueles que desejam o seu "bem" não são indiferentes ao seu sofrimento. Parte do universo tem prazer com o sofrimento de João, outra parte compartilha de sua dor e a outra é indiferente à ela. O "universo", o todo, não se torna favorável caso Deus exista, pois as pedras não amam, são indiferentes ao sofrimento humano. Bem, eu não fico infeliz por não ser amado por uma pedra.

Eu estou incomodado com a democracia. Ela nem sempre é um bom negócio.

Se defende-se que os adolescentes possuem certa "consciência razoável" e que as pessoas possuem o direito de fazerem suas próprias escolhas, por mais absurdas que elas pareçam, deve-se concluir que um menor não pode ser proibido de beber ou fumar. Isso é um ataque à sua liberdade. Obrigá-lo a estudar e proibir que ele dirija seriam a mesma coisa. Se a pessoa tem o direito de desejar a própria morte, não há problema em que alguém a mate, desde que tenha o consentimento dela. Tudo isso soa como absurdo porque a vida é absurda.

Fé não é conhecimento. O conhecimento é factivo e a fé é infactiva. No conhecimento não se pode saber algo que não é. Está exatamente na fragilidade da fé a sua suposta força. Isso está claro no fideísmo.

Se não fazemos o mal, pode ser por medo de carregarmos a culpa. É egoísmo. Se alguém pudesse fazer isso por nós, nos contentaríamos.

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