sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sobre Críticos Da Teologia Inclusiva

Segundo grande parte dos teólogos não-inclusivos, a tentativa irônica de se "igualar" os valores neotestamentários e os veterotestamentários é extremamente falacioso por parte dos inclusivos. Isto porque grande parte das práticas do Antigo Testamento foi abandonada no "Novo Concerto". Sendo assim, dizer que também é bíblico se aproveitar de virgens de povos não-judeus, apedrejar filhos rebeldes, impor culpabilidade a alguém por não reconhecer o "verdadeiro" Deus só olhando para a natureza, imediatismo escatológico, "misoginia", etc. acabaria sendo um grande equívoco. Dizem ser "meio óbvio" que existem dois Concertos diferentes, mas eu discordo. Primeiramente porque o cristianismo não nega a validade do "primeiro concerto", nem fornece base, dentro de uma leitura fundamentalista, para este tipo de posição tendenciosa, pois não pode-se negar o contexto social em que determinadas perspectivas foram desenvolvidas e nem dizer que se limitam à esfera moral. Em segundo lugar, a superioridade do "Novo Concerto" consiste no fato de Jesus ser o Verbo encarnado, a Revelação Maior. Se a Revelação anterior era menor, também era frágil, como Paulo mesmo chegou a afirmar. O que põe em questão uma teologia cristocêntrica e não alguma forma de paulinismo ou tentativa fanática de propor a bibliolatria. Além disso, "Novo Concerto" não é sinônimo de Novo Testamento. Ele é expresso no Novo Testamento. É algo bem diferente. Havendo, portanto, inconsistências nas doutrinas neotestamentárias, estas são ainda mais visíveis no Antigo, do contrário, não haveria superioridade real. Um exemplo de que as pessoas costumam ignorar o contexto social é que elas fazem vistas grossas ao fato de que o anúncio da suposta volta "breve" de Jesus foi feito há aproximadamente 2 mil anos e que Paulo e Pedro, por exemplo, foram obrigados a adotar uma escatologia "menos imediatista" devido o fracasso desta perspectiva. O Novo Testamento apresenta divergências entre Jesus e seus discípulos, entre Pedro e Paulo, entre Paulo e Tiago, entre Paulo e Barnabé, etc. Jesus, a figura mais importante do cristianismo, em momento algum acusou a homo-afetividade de imoralidade. Desconsideram que o que motivou os escritores bíblicos a dizerem que o sangue animal não deve ser ingerido era a crença supersticiosa de que a vida do animal estava em seu sangue e que a mesma não existia em vegetais. Não deveriam esquecer também que o "cristianismo" não era um grupo homogêneo. Paulo e Tiago, por exemplo, apresentam perspectivas bem diferentes quanto a relação entre a Graça e as obras. Tanto que Lutero odiava o segundo... Paulo também, em Romanos 1, diz que os atributos da verdadeira divindade são óbvios através da natureza e que este fato é suficiente para tornar os não-cristãos culpáveis. Bem, não há como identificar o Deus cristão, entre tantas outras divindades, olhando só para o céu azul...

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