"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" (Jeremias 17:9).
Baseados no versículo acima os pastores da minha igreja dizem que nenhuma decisão deve ser feita pelo coração, mas eu não acredito que qualquer decisão possa ser feita assim. Eles propõem ainda uma diferenciação bizarra entre "coração" e "razão" e entre "alma" e "espírito". Biblicamente o "coração" é o meu eu e toda decisão dele é minha decisão. Não tem muito a ver com o significado romântico dado a ele posteriormente, pois os antigos acreditavam que o mesmo era a fonte do intelecto humano. Não se limita ao lado emocional e consciente. Podemos dizer que seria algo equivalente à "alma", "espírito" ou "entranhas". Quando a Bíblia diz que o coração é enganoso está falando que os caminhos do homem podem parecer bons e ainda terminarem em morte. Isso mesmo, a Bíblia diz que o coração está sujeito ao erro, não que está sempre enganado. O coração pode ter várias afirmações conflitantes, mas independentemente de qual delas eu ouça sempre estarei dando crédito a ele. Não estou falando necessariamente sobre intuição...
Estas pessoas "ultra-racionais" ignoram um versículo anterior:
"Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!" (Jeremias 17:5). Se eu for levar esta leitura tão ao pé da letra não deveria sequer pegar um ônibus, pois estaria confiando no motorista. Também estaria errado ao confiar em mim mesmo, ao dizer que confiar em homens não é certo, pois me incluiria nisto.
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